CAU/BA comemora o Dia do Arquiteto com palestra de dois renomados profissionais
O Dia do Arquiteto e Urbanista, que transcorre em 15 de dezembro, foi comemorado na Bahia em grande estilo, com a presença de dois dos mais renomados profissionais do Brasil: Gustavo Penna e Matheus Seco. Eles participaram, nesta segunda-feira (dia 17/12), a convite do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/BA), do evento “Arquitetura Autoral – De Arquiteto para Arquiteto”, no qual ministraram palestras sobre suas obras e responderam a perguntas da plateia.
O encontro, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), em Salvador, foi aberto pela presidente do CAU/BA, a arquiteta e urbanista Gilcinéa Barbosa da Conceição, que deu as boas-vindas aos palestrantes, lembrando que ambos são premiados não só no Brasil, como no exterior.
A presidente destacou ainda que o dia era para dar parabéns aos arquitetos, cuja data comemorativa foi instituída em função do nascimento de Oscar Niemeyer, que tornou a arquitetura brasileira referência mundial. Lembrou que o CAU/BA realizou em setembro um evento voltado para a assistência técnica e que no próximo ano outros encontros serão realizados para aproximar a categoria.
O vice-presidente da instituição, Neilton Dórea Rodrigues, também enalteceu os palestrantes, lembrando que eles fazem parte de duas gerações criativas e provocativas, “como deve ser a arquitetura”, lembrou o dirigente.
Elementos fundamentais
A primeira palestra coube a Matheus Seco, sócio fundador do escritório Bloco Arquitetos, de Brasília. Ele falou de algumas de suas obras mais representativas, enfatizando que em todas elas três elementos são fundamentais: luz, materialidade e contexto. “É preciso dialogar com o entorno e conhecer profundamente o que o cliente quer e espera do projeto”, destacou Matheus, que mostrou várias construções nas quais houve um melhor aproveitamento da iluminação natural, ventilação e materiais.
Gustavo Penna elogiou a palestra de seu antecessor e também exibiu alguns de seus trabalhos mais significativos, como o Museu de Congonhas, em Minas Gerais. Ele contou que esse projeto foi concebido para preservar a memória da obra de Aleijadinho e que um dos maiores elogios que recebeu foi que o museu não é fácil de encontrar. Disse que a intenção é que a obra do artista barroco seja mais importante que o imóvel.
O arquiteto ressaltou ainda que não consegue fazer um projeto sem a dimensão lúdica, sem um prazer estético. “A invenção só acontece nesse contexto”, afirmou, ressaltando que é preciso resgatar a simplicidade, mas sem esquecer da realidade local.
O direito autoral foi outro tema bastante discutido pelos palestrantes. Gustavo Penna enfatizou que a obra do arquiteto precisa ser mais respeitada no Brasil e que cabe a entidades como o CAU defender a categoria.
O vice-presidente da entidade lembrou que é necessário critério na hora de atualizar uma obra arquitetônica, sendo necessário investigar a autoria e dar o devido crédito à obra original.
Elogios à programação
O arquiteto Emanuel Aleluia, 36 anos, elogiou o nível das palestras. Segundo ele, o debate sobre a integração entre a arquitetura e a paisagem foi bastante proveitoso, assim como a questão da luz e sombra nos projetos. “Nós, arquitetos baianos, precisamos de mais debates desse nível”.
A arquiteta recém-formada pela Unijorge, Maisa da Silva, também enalteceu o nível das palestras. O que mais lhe chamou a atenção foi a questão do uso de materiais para levar mais conforto e comodidade para o usuário. “Podemos, por exemplo, melhorar a ventilação de um imóvel e com isso tornar o espaço mais agradável”, disse a jovem.
