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Debates com arquitetos e urbanistas projetam alternativas para o pós-pandemia

Discussão sobre soluções e tendências dentro das residências e nas áreas comuns dos edifícios na era pós-Covid-19 foi o tema da terceira live do projeto PandeBuilding: quais as mudanças as pessoas já desejam, após intensa vivência dos imóveis na quarentena?, promovido pela ADITBrasil. Na reunião virtual, os arquitetos e urbanistas Saulo Suassuna Fernandes, Romero Duarte, Olegário de Sá. Humberto Zírpoli e Jayme Bernardo foram unânimes ao defender que a higiene certamente será incorporada nos projetos pós-pandemia.

Foto: Reprodução/Youtube

“É uma reestruturação no nosso pensamento sobre o que são as áreas comuns e de que maneira elas serão usadas. Vamos ter uma reestruturação da área comum”, afirma o arquiteto Romero Duarte. Por exemplo, áreas comuns dos edifícios residenciais, que atualmente se assemelham a clubes, deverão ser revistas, dando prioridade para a higienização. Tais mudanças decorrerão dos novos hábitos que serão adquiridos a partir das restrições de compartilhamento enfrentadas por todos atualmente.

“Em obras maiores e comerciais, por exemplo, você tinha um lavatório próximo ao banheiro. Agora, pode ser que a gente vá encontrar isso com um mobiliário urbano bem resolvido. Já tive uma demanda recente para desenhar um lavatório para área pública, ou seja, ele vai estar do lado de fora nos aguardando”, informou o arquiteto e urbanista Humberto Zírpoli.

NOVO CONCEITO PARA ÁREAS COMUNS

Nos edifícios, a preocupação de quem vai receber uma encomenda, de como desembarcar as compras e onde colocá-las será incorporada ao dia a dia das pessoas no pós-pandemia, o que pode levar a uma revisão da parte externa desses espaços, questão também apontada pelos profissionais na live.

“Antes a gente não tinha a preocupação principalmente com o que vem de fora para a nossa casa. Agora, as pessoas estão percebendo que é fundamental ter, por exemplo, um plano perto da lavanderia para facilitar a limpeza, fator que se tornou um protocolo nessa quarentena”, alerta Jayme Bernardo.

Outra possibilidade apresentada pelos profissionais é ter nos halls das residências um espaço, com devidas adequações, para a colocação de sapatos usados na rua, e serem trocados antes que as pessoas entrem em suas casas. Para Olegário de Sá, o mobiliário para o hall de entrada pode ser massificado, porque será uma demanda das pessoas no pós-pandemia.

ESFORÇOS COMUNITÁRIOS

Em outra live realizada também no dia 25, pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Alagoas (FAU/UFAL), foi discutida a Rede de Cooperação e Iniciativas Autônomas: enfrentando a pandemia em comunidades de Alagoas, Ceará e Rio de Janeiro. A professora Juliana Michaello, doutora em planejamento urbano, discutiu o tema com a advogada e mestre em planejamento urbano e regional Valéria Pinheiro e com Leonardo Nia, integrante do Ocupa Alemão e da Escola Quilombista Dandara de Palmares, no Rio de Janeiro.

Foto: Reprodução/Youtube

Os participantes da live apresentaram as ações realizadas em comunidades desprovidas da assistência do Estado nesse momento de pandemia, trabalho desenvolvido por grupos organizados, autônomos e comunitários, que neste momento têm sido uma das alternativas para que os moradores tenham acesso a kits de higiene e a alimentos. A atuação desses grupos envolve, também, o aconselhamento e orientações sobre como evitar a contaminação pelo coronavírus.

Para Leonardo, o trabalho emergencial realizado por diversos grupos precisa ter continuidade, pois as carências dessas comunidades não surgiram com a pandemia, ela apenas escancarou algumas dessas necessidades e urgências. “Nesse momento, as novas articulações e doações que surgem com a pandemia também têm importância muito grande para a articulação futura. A continuidade desse trabalho vai depender de como a rede se articula para garantir que essas ações, que são aparentemente pontuais, se estruturem em termos políticos dentro das redes para prosseguirem”, defendeu Juliana.

BUSCANDO ALTERNATIVAS
Além de revisitarem seus projetos e estudos, os arquitetos e urbanistas também estão preocupados com as populações que residem nas áreas mais carentes das cidades. Dois deles, Jayme e Romero, estão mobilizados numa ação para a doação de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) a profissionais de saúde que estão na linha de frente de combate ao coronavírus.

“Nosso objetivo com as lives é enxergar o máximo de opções que temos. Algumas serão viáveis para determinados empreendimentos e outras para nenhum deles devido aos custos. A função é ser o mais abrangente possível”, enfatiza o arquiteto e urbanista e engenheiro civil Saulo Suassuna sobre o objetivo do PandeBuilding, cujos conceitos serão materializados no projeto de um “edifício-conceito” com as inovações ou serão incorporados pelo mercado imobiliário e empreendidos no futuro.

 

Fonte: Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR)

Data da publicação: 28/05/2020

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