Destaques

Centenário de Diógenes Rebouças ganhará exposição

Na próxima quarta-feira (12), acontecerá, no foyer do Teatro Castro Alves, o evento de abertura da Exposição “Diógenes Rebouças – Cidade, Arquitetura e Patrimônio”. Promovida pelo Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento da Bahia (IAB-BA) e pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia, a exposição é composta por 39 painéis com fotografias e plantas e 16 maquetes que apresentam os principais projetos arquitetônicos e urbanísticos elaborados por Rebouças ao longo de 60 anos de atividade profissional. O evento estará aberto à visitação do público de 13 de agosto a 8 de setembro, de terça a domingo, das 12h às 18h.

 

Diógenes Rebouças – Um dos mais renomados e influentes arquitetos baiano entre o fim da década de 40 e início dos anos 60, Diógenes Rebouças foi também professor, artista e grande pensador, com fundamental importância na construção da paisagem de Salvador e outras cidades baianas. Influenciou diretamente na formação das novas gerações de arquitetos e urbanistas e tornou-se emblemático no cenário nacional por projetos imponentes como a antiga Fonte Nova, o Hotel da Bahia, a Escola Parque e aFaculdade de Arquitetura da UFBA.

Nascido em 1914, no município baiano de Amargosa, ainda criança mudou-se  com sua família para a Itabuna. Cursou Engenharia Agronômica na Escola Agrícola da Bahia, em São Bento das Lajes e, ao retornar à Itabuna, logo em seguida, começou a trabalhar como topógrafo. Seus contatos sociais e profissionais permitiram o começo de sua atuação na elaboração de projetos de arquitetura. Tornou-se um dos mais produtivos projetistas da cidade nos anos 30 e seu projeto mais importante dessa primeira fase é a Catedral de São José, em Itabuna.

Em 1936, Diógenes Rebouças transfere-se definitivamente para Salvador, retomando os cursos de arquitetura, desenho e pintura na Escola de Belas-Artes da Bahia, iniciados cinco anos antes; em 1937. Em 1941, é convidado pelo engenheiro Mário Leal Ferreira para opinar sobre o paisagismo do entorno do estádio que começava a ser construído pelo Governo do Estado nas proximidades do Dique do Tororó. Indignado com o projeto, que tamponava o fundo do vale, apresenta um estudo alternativo para o estádio, implantando-o parcialmente sobre a encosta de Nazaré e criando uma abertura para o Dique do Tororó, e consegue convencer o governador Landulfo Alves a executar a sua proposta. O Estádio da Fonte Nova seria inaugurado dez anos depois.

DR---Acervo-Ronan-Caires-de-Brito-01
Com a instalação do EPUCS (Escritório do Plano de Urbanismo da Cidade de Salvador), em 1943, sob a direção geral de Ferreira, Rebouças é convidado a coordenar o setor paisagístico. Com a morte de Ferreira, em 1947, Rebouças assume a direção do EPUCS e elabora, nos quatro anos seguintes, projetos urbanísticos e arquitetônicos que mudam a paisagem de Salvador, dentre os quais se destacam a Avenida Centenário, a Penitenciária do Estado, o Hotel da Bahia (em parceria com Paulo Antunes Ribeiro), os novos pavilhões do Parque Sanatorial Santa Terezinha e o Mercado do Peixe no Porto da Barra. Concebe ainda projetos para o interior do Estado, como o hospital e o hotel de Paulo Afonso e uma série de edifícios escolares baseados na pedagogia de Anísio Teixeira, que são construídos em diversas cidades baianas. A produção desse período tem seu ponto culminante no Centro Educacional Carneiro Ribeiro, em Salvador, formado por uma Escola-Parque e quatro Escolas-Classe e que se torna imediatamente uma referência nacional e internacional de arquitetura escolar, servindo de modelo ainda hoje para projetos semelhantes em outras cidades brasileiras.

O título de arquiteto pela Universidade Federal da Bahia só é obtido em 1952, quando já era, indiscutivelmente, o mais renomado arquiteto baiano. Passa a lecionar na UFBA e, paralelamente, abre seu escritório de arquitetura e urbanismo, que será, até meados da década seguinte, o maior e mais produtivo do Estado. Dentre os principais projetos desta fase, estão a Avenida Contorno, o Centro Educacional do Estado de Alagoas, a sede da TV Itapoã, a Escola Politécnica, a Colônia de Férias do SESC, a Estação Rodoviária da Sete Portas, a Estação Marítima de Passageiros e a sede do BANEB, bem como dezenas de residências e de edifícios de apartamentos e de escritórios. Embora tenha tido, em alguns desses projetos, parceiros como Bina Fonyat e Fernando Leal, é o jovem Assis Reis quem se consolidará como seu principal colaborador nessa fase.

diogenes-reboucas-(Arquivo-A-Tarde)-01
Após a saída de Assis Reis do escritório (1963), Rebouças inicia uma fase de menor produção, ainda que sua influência continue irretocável. São projetos desse período: a Faculdade de Arquitetura da UFBA e a ampliação do Complexo Esportivo da Fonte Nova em Salvador, além de edifícios industriais, de escritórios e de apartamentos. O escritório é fechado definitivamente em 1972 e Diógenes Rebouças passa a se dedicar ao ensino e à participação em instâncias como o Conselho Estadual de Cultura e às consultorias. Em 1980, como consultor do IPHAN, desenvolve estudos para monumentos baianos tombados. No mesmo período, idealizou um projeto de transporte de massa para a área central de Salvador, igualmente não implantado, e, teve a oportunidade de conceber, em coautoria com Lourenço do Prado Valladares, a proposta de reforma e ampliação do Hotel da Bahia. Em 1984 se aposenta compulsoriamente da UFBA e, em dezembro de 1994, falece em sua casa.

 

MAIS SOBRE: Destaques Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

 

OUTRAS NOTÍCIAS

Destaques

CAU/BA e Rede Terra Brasil firmam parceria para evento inédito na Bahia

Destaques

Ex-Presidente e Conselheiro Federal do CAU/BA recebe comenda de Honra ao Mérito

Destaques

CAU/BA republica edital que disponibiliza R$ 257 mil reais para o fomento de ATHIS

Pular para o conteúdo