Arquiteto diz que estrada e ferrovia podem substituir ponte para Itaparica
Uma estrada com cerca de 110 quilômetros em torno da Baía de Todos os Santos até a Ilha de Itaparica, articulada com a Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol), que contemple a paisagem costeira, colaboraria com a valorização do Recôncavo baiano, levando infraestrutura, facilitando o fluxo entre a capital baiana, a região metropolitana de Salvador, seus portos e polos industriais.
Esta é a proposta alternativa do arquiteto Paulo Ormindo em contrapartida ao projeto do governo estadual de construção da ponte Salvador/Itaparica, orçado inicialmente em R$ 7 bilhões e cujas obras tem previsão de início para 2014.
Apresentada na manhã dessa quarta-feira (5/6), no ciclo de debates promovido pela Associação Baiana de Imprensa (ABI), a proposta do arquiteto desbanca a ideia de que a ponte – a segunda maior do Brasil (atrás da Rio/Niterói) e uma das mais caras do mundo – trará progresso a Ilha de Itaparica e a Salvador tampouco suprirá a demanda da travessia marítima.
Para o arquiteto Paulo Ormindo, além dos impactos ambientais e do alto custo, a funcionalidade da ponte se esgotará rapidamente na medida em que levar ao centro de Salvador uma explosão populacional e de veículos oriundos de todas as cidades circunvizinhas. “É um valor exorbitante, que provavelmente ficará maior. A ponte vai criar uma dependência da Região metropolitana e cidades vizinhas ao centro de Salvador maior do que já é, criando um pesado tráfego para cruzar Salvador para chegar ao centro e ao Porto”, explicitou.
Ele acredita ainda que o projeto do governo apresenta inúmeras incongruências: está na rota dos quatro portos do entorno da Baía de Todos os Santos e prevê horários de abertura da ponte para a passagem de navios, paralisando o fluxo de veículos em cima dela. “É um meio que não tem outra saída. Quando a ponte fechar para a passagem de plataformas ou navios, como previsto no projeto, vai engarrafar e as pessoas não terão por onde sair”, diz.
“Pontes com vãos móveis já não tem utilidade em nenhuma parte do mundo. Mais fácil seria criar uma rodovia no entorno, que além de facilitar o fluxo de várias cidades circunvizinhas, cria estruturas de lazer na região metropolitana, se articularia com a Fiol e com os quatro portos que temos”, acrescentou.
A Ponte Salvador-Itaparica, de R$ 7 bilhões, terá 12 quilômetros e 70 metros de altura em seu vão central. O projeto inicial falava de R$ 3,5 bilhões. Pelo menos R$ 40 milhões foram gastos apenas para o projeto da obra. Enquanto isso, na China, uma ponte de 40 quilômetros de extensão, concluída em 2011, teve preço equivalente a R$ 5 bilhões.
Apesar da previsão de construção para 2014, somente em julho devem estar definidas e contratadas as empresas que farão os estudos de impactos ambientais na Baía de Todos os Santos para o início da construção da ponte Salvador-Itaparica, conforme adiantou o secretário de planejamento do Estado José Sérgio Gabrielli no dia 28 de maio, em um dos debates sobre o tema realizado pela ABI. Para o arquiteto Paulo Ormindo, um tempo insuficiente para dimensionar toda a natureza da Baía de Todos os Santos.
ABI continua com os debates
A Associação Bahiana de Imprensa, presidida por Walter Pinheiro, tem discutido a construção da ponte com a sociedade civil e fará no dia 10 deste mês outra mesa com o secretário de transporte e urbanismo do município, José Carlos Aleluia.
Ontem, estiveram presentes jornalistas, arquitetos e representantes da sociedade civil e da Ilha de Itaparica para assistir a proposta alternativa do arquiteto Paulo Ormindo, nomeada de “Abraçaço em Quirimurê”.
Segundo o diretor da ABI, Aluízio da Franca Rocha Filho, o termo em tupi significa Baía de Todos os Santos. “Conversei com ele e sugeri o título. E nos demos a licença de usar o termo criado por um dos nossos poetas, Caetano Veloso”, contou.
No penúltimo evento, dia 28, o secretário de planejamento do Estado, José Sérgio Gabrielli, disse que a ponte será o canal de integração para melhorar uma das áreas com maior concentração de pobreza e baixos índices de desenvolvimento humano, que é no Baixo Sul do Estado.
Pelo menos até o terceiro trimestre de 2014 deve ser lançado o edital para concessão da ponte, conforme o secretário. Neste meio termo, o vencedor do edital lançado em julho vai fazer os erstudos de engenharia e de impactos ambientais.
A Associação Bahiana de Iimprensa, presidida por Walter Pinheiro, tem discutido a construção da ponte com a sociedade civil e fará no dia 10 deste mês outra mesa com o secretário de transporte e urbanismo do município, José Carlos Aleluia.
Ontem, estiveram presentes jornalistas, arquitetos e representantes da sociedade civil e da Ilha de Itaparica para assistir a proposta alternativa do arquiteto Paulo Ormindo, nomeada de “Abraçaço em Quirimurê”.
Segundo o diretor da ABI, Aluízio da Franca Rocha Filho, o termo em tupi significa Baía de Todos os Santos. “Conversei com ele e sugeri o título. E nos demos a licença de usar o termo criado por um dos nossos poetas, Caetano Veloso”, contou.
No penúltimo evento, dia 28, o secretário de planejamento do Estado, José Sérgio Gabrielli, disse que a ponte será o canal de integração para melhorar uma das áreas com maior concentração de pobreza e baixos índices de desenvolvimento humano, que é no Baixo Sul do Estado.
Pelo menos até o terceiro trimestre de 2014 deve ser lançado o edital para concessão da ponte, conforme o secretário. Neste meio termo, o vencedor do edital lançado em julho vai fazer os erstudos de engenharia e de impactos ambientais.
Após a palestra, nove integrantes da plateia fizeram intervenções, a maioria das quais de aprovação ao projeto alternativo apresentado pelo arquiteto, e outras de questionamentos sobre a proposta. De uma forma geral, ficou marcada a surpresa dos presentes pela falta de mais exposições e debates sobre o assunto, com os diferentes setores da sociedade.