2010/2022 …Doze anos da criação do CAU/BA, pré-adolescência problemática, como a maioria…
“O CAU, além de todos os problemas estruturais, tem também uma crise de identidade. Os problemas estruturais são mais fáceis de entender, abordar e resolver após as devidas identificações, e atendendo aos procedimentos legais de licitações, com todos os seus tempos angustiantes, para quem precisa fazer e quer celeridade em mudanças.
Temos uma sede que não atende ao operacional e aos conselheiros, em um mínimo de conforto, no sentido de espacialidade, e muito menos em condições de salubridade, algo que com a pandemia inesperada e, ainda, inacreditável, que tanto sofrimento e angústia trouxe para a humanidade.
E em se falando de local de trabalho e atendimento de uma entidade que representa a Arquitetura e Urbanismo. Aí pesou muito… Como defender a espacialidade como contribuição importante e vital para os humanos no sentido de saúde e conforto, se a própria sede não reflete esta defesa e necessidade crucial de vida, espaço e saúde como elementos complementares e básicos para o dia a dia dos humanos?
Complementando que hoje somos quase oito mil arquitetos e urbanistas em todo o estado da Bahia. E mantendo o mesmo corpo operacional, com menos de dez pessoas, que se sobrepõem em tarefas, quase sempre compartilhando diversas atividades. E para completar com as condições de equipamentos e materialidades na mesma escala de carência, desde da época da sua fundação, em 2010.
Sede, equipe e equipamentos não fecham para possibilitar exercer a árdua tarefa de organizar e ser responsável pela imagem do profissional da ARQUITETURA e URBANISMO, entre os próprios e, principalmente, a imagem externa, com a sociedade, que mal sabe o que é Arquiteto e o que ele faz.
No pós-campanha, ao realmente assumirmos a gestão, fomos dolorosamente sentindo e vendo que se não resolvêssemos o básico, não conseguiríamos avançar, para ao menos equacionar as pendências com os registrados e com a sociedade.
E terminaremos este ano em sede nova, atendendo totalmente em espacialidade, conforto (conforto não é luxo, é necessidade humana) e em condições de saúde espacial. Como também dobraremos a equipe operacional, com todas as condições de materialidade e equipamentos para cumprir e exercer as tarefas com a plenitude, a competência e a qualidade que o CAU/BA deve ter, e ofertar a seus registrados e para a sociedade.
Estamos construindo e executando, não um plano de gestão, mas um plano possibilitando a atuação competente para gestões muito além da nossa…
Sendo que, em paralelo, seguiremos construindo o entender e o pensar do ato de fiscalizar, como sendo uma consequência mínima dentro de um universo que o PUGNAR pela ARQUITETURA e URBANISMO abre na vasta amplitude com abrangência ilimitada ao entender todas as possibilidades de transformações sociais e humanas que o exercício da profissão de Arquiteto e Urbanista, ao absorver todos avanços tecnológicos, com o domínio das novas materialidades podem trazer de contribuição ao beneficiar a humanidade.
Tornar as cidades mais inclusivas e receptivas, ao ir além da simples edificação. Não podendo esta ser classificada de arquitetura, se não transformar e requalificar o viver dos humanos, e do seu invólucro:
A CIDADE que, por consequência, deve explodir extrapolando seus limites, também, em cadeia sequencial além dos espaços e da imaginação…aí, sim será ARQUITETURA e URBANISMO.”
Arquiteto e Urbanista Neilton Dórea
Presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Bahia
Salvador, 31 de maio de 2022
